sábado, 11 de dezembro de 2010

Kinect - A revolução do Joystick.

Créditos: Baixaki Jogos

Para você, o que significa jogar video game? Bem, se você é da era em que Super Mario Bros ainda causava espanto por seus gráficos, então provavelmente acredita que jogos e controles são praticamente inseparáveis. Durante longas décadas, segurar um joystick era algo essencial na receita das jogatinas.
Mas, meu companheiro, os tempos mudam. E como mudam. Além das revoluções técnicas trazerem visuais cada vez mais fotorrealistas, elas também geram reviravoltas brutais no próprio conceito de jogar video game. A Nintendo, por exemplo, sempre arriscou nas novidades, com periféricos que simulavam rifles e até mesmo uma luva que até hoje é relembrada como um dos acessórios mais bizarros já inventados.
Com a chegada do Wii, o mundo percebeu que jogar video game não era uma experiência diretamente ligada aos botões. Os controles sensíveis a movimentos dispensavam direcionais analógicos e muitas das ações eram realizadas apenas com uma sacudida no famoso Wii Remote. A era dos controles convencionais parecia estar chegando ao fim, pelo menos para o público casual.
Contudo, foi na Entertainment Electronic Expo (E3) de 2009 que a revolução finalmente deu as caras — afinal, era isso que a Microsoft afirmava. A dona do Xbox 360 surpreendeu todos revelando um sistema de controles em que não se usa qualquer tipo de acessório como controle. É isso mesmo: nada de joysticks.



Você é o controle!

Parece até loucura, mas não segurar um controle era exatamente a grande sacada da Microsoft. Visando conquistar outro público além dos hardcores usuários do Xbox 360, a companhia de Bill Gates resolveu lançar algo que certamente conquistaria os jogadores casuais por um simples motivo: você não precisava ter experiência nos video games para se dar bem neste novo jogo.
E este novo jogo já surgia com um nome ambicioso: Project Natal. “Natal” certamente é uma palavra familiar para nós, brasileiros, e não poderia ser diferente, já que uma das grandes mentes por trás de toda a magia nasceu em terras tupiniquins. Alex Kipman decidiu elogiar a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, e arrematar o periférico como o nascimento de uma nova era do entretenimento.
Ironicamente, a Microsoft parecia não estar para brincadeiras. O Project Natal surpreendeu o mundo na Electronic Entertainment Expo e, logo em seguida, a dona do Xbox 360 começou a trabalhar intensamente na divulgação. Mas foi somente em 2010, novamente durante a E3, que o periférico recebeu um nome, após um evento que parecia ter saído diretamente dos contos de fadas — até mesmo o Cirque du Soleil estava presente.
A partir daí, o projeto passava a ser conhecido simplesmente como Kinect — um trocadilho com as palavras “kinetic” (cinética) e “connect” (conectar). Esse seria o nome que mudaria para sempre o mundo do entretenimento eletrônico. Investindo pouco mais de US$ 500 milhões em publicidade, valor superior ao orçamento para divulgação do próprio Xbox 360, a Microsoft mostrava para o mundo que, agora, a única experiência necessária para jogar video game era a experiência da própria vida.
Finalmente, após tanta espera, o dia chegou. Em novembro deste ano, o Kinect chegava às lojas nos Estados Unidos e, com muita procura, também aqui ao Brasil. Agora, chegou a hora da verdade. Será que toda aquela magia vista em apresentações e mais apresentações é realmente verdade? Ou jogar sem controles é algo totalmente descontrolado? Confira neste megaespecial.

O Kinect no Baixaki

 Testando a revolução

Quem acompanha o Baixaki provavelmente deve ter conferido a nossa busca pelo tão desejado sensor do Xbox 360. Foram algumas horas na fila e muita perseverança. Mas, infelizmente, até hoje muitos brasileiros interessados no Kinect ainda não tiveram a chance de adquirir o aparelho. O motivo? Aparentemente, a Microsoft não sabia que o sucesso aqui seria tão grande.
Segundo boatos, somente 3 mil unidades foram distribuídas por todo o país. Com isso, no dia do lançamento, boa parte das lojas tinha menos que dez peças em seu estoque, deixando muita gente sem poder conferir toda a magia do Kinect. Alguns optaram pela importação do kit, mas isso acabava saindo por um preço muito acima do sugerido pela Microsoft aqui no Brasil: R$ 599.


O fato é que a Microsoft deixou a desejar em nosso país. O preço é até aceitável, visto que nos Estados Unidos o aparelho sai por US$ 150 — o Xbox 360 de 4 GB custa US$ 199 nos EUA e aqui chega por R$ 1,3 mil nas revendedoras oficiais. O grande problema é mesmo o número de unidades, que só agora voltar a aparecer nas lojas.
O Baixaki resolveu fazer a sua parte, destrinchando cada detalhe do Kinect para auxiliar os usuários que ainda estão sonhando com o aparelho. Com nossa análise, você vai conhecer as especificações técnicas do periférico, o processo de instalação, os principais jogos e muito mais. Preparado? Então vamos lá!

Destrinchando o sensor

Especificações técnicas e como ele funciona

Você já deve ter visto dezenas de vídeos do Kinect aqui no Baixaki , com jogos e funções do aparelho sendo exibidas e sempre surpreendendo. Mas, como é que ele realmente funciona? O que compõe o aparelho e como ele consegue colocar seus jogadores literalmente dentro do jogo? Calma, nós temos a resposta.
Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que o Kinect é baseado em uma tecnologia desenvolvida pela companhia israelense PrimeSense. A companhia já trabalhava em sensores semelhantes ao Kinect há algum tempo, e até chegou a dar as caras em uma das edições da GamesCom. O que ajudou o aparelho da Microsoft a se tornar o que é hoje é o próprio software, algo tradicional para a própria empresa.